sexta-feira, 11 de julho de 2008

Árvore

Frondosa e muito antiga, se destacava entre as demais espécies do lugar, não haviam outras de sua epécie no raio de minha ampla visão.

Avistei-a de cima e fui chegando perto até enxerga-la por baixo de sua copa, à sua sombra eu estava.

Sob a copa, sobre o chão muitas de suas sementes germinavam, em vários estágios de putrefação e de crescimento.

Parecia que o sombrear da copa, o aconchego da umidade, o abrigo da origem permitiam aquele desabrochar caprichoso sobre o chão.

Lindos brotinhos, de variados tamanhos, se aventuravam dançando ao vento, outros, murchavam...

Porque não haviam outras espécies semelhantes naquele lugar, se havia tanta vida sob aquela árvore...

O excessivo cuidado não permitia a perpetuação da espécie... o bem querer que proporcionava o abrigo seguro para o brotar, apodrecia os brotos...

Tantas dúvidas me aportaram naquela hora... Não eram para mim aqueles questionamentos... passado quele instante não significam nada para mim. É como se não houvessem.

A árvore esta ai, forte, frondosa, orgulhosa no meio de tantas outras. Foi semente um dia, cresceu, deu frutos...

Semente tem que se espalhar? voar, ser levado pelo vento, por mãos estranhas, distante para germinar? O ventre que gerou não pode de tudo amparar? não posso mais enviar pra dentro o que fora está??? Pode-se usar o que se teve para aprisionar? capricho de fazer e desconsiderar? agrilhoar a ferros o que se quiz semear? meu desejo e sonho compartilhado com outro, se fazendo realidade, é uma arma para eu usar?

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Não conheço nada de árvores em geral, nem mesmo a respeito de alguma espécie específica. Registro o que me vem a mente, depois de ter vivenciado o momento. Se houver contradição, fica o encanto do conto, a melodia da canção e a libertade do sonho e da expressão para falar.

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