Sentei na mesa ao lado da deles, o de óculos deveria ter uns 25 anos, moreno, alto e magro, comia devagar, o outro, um pouco mais jovem, parecia mais descontraído e ansioso, falavam a respeito dos presentes do dia dos namorados.
Lamentavel minha indiscrição, mas não pude deixar de ouvir a conversa um tanto arrastada dos dois rapazes, estando nossas mesas tão próximas uma da outra.
O primeiro dizia que chegara a enfrentar a fila do caixa com o presente da amada na mão, no dia anterior, após uma busca frenética pelo mino que a agradasse. À beira do atendimento, lembrou-se que a conta bancária estava "fria" e que não poderia pagar a conta da loja, o que o fez passar a vez para os próximos da fila, já que a lembrança frustou-lhe o agrado. Agora, como segundo plano, consultava o amigo sobre a idéia de pedir à mãe, que comprasse alguma coisa ela mesma para a futura nora, depois ele acertaria o valor do presente. A recomendação era uma só, que a graça fosse parecida com a Graça, sua namorada, que era exigente como a sogra bem a conhecia.
O outro acenou com a cabeça, era uma saída, o que não poderia era deixar de levar algo. Ele havia resolvido sua situação alguns dias antes, encomendou uma cestinha de flores modesta mas elegante, que seria entregue pela tarde, juntamente com um cartão que mandara fazer numa loja de fotos, personalizada com uma fotografia dos dois, o que achei uma bela idéia. Apostava o rapaz que a originalidade do cartão agradaria muito a moça e ele estava a espreita da ligação dela, tão logo recebesse a encomenda.
Olhei em volta, enquanto a conversa prosseguia, prescrutando o lugar. Me pareceu que a conversa geral girava em torno do dia dos namorados, achei engraçado e lembrei dois anos antes, de uma noite em que avistei de longe um grande engarrafamento na subida do colorado. Estranhei pois não era sexta feira, dia da semana em que invarialmente o transito fica engarrafado naquele ponto, parece que todos descem a serra de carro para aproveitar o início do final de semana já embalado.
Somente passando pelo trecho, entendi o porque do tumulto, havia uma fila enorme de carros parados no acostamento, na fila do motel, era dia dos namorados... não deixei de achar engraçado, fazia pouco tempo que havia mudado para Sobral e era a primeira vez que observava aquele movimento no local.
Sempre leio textos a respeito de como as vendas sobem no comércio, por ocasião do dia dos namorados, entre outras datas comemorativas e, ja recebi mensagens dizendo que o dia dos namorados é todo o dia...
Hoje uma grande amiga me ligou felicíssima porque recebeu de presente um lindo colar de ouro branco e amarelo, acompanhado dos brincos, do futuro marido e estava radiante. Já ouvi comentários na sala de trabalho a respeito dos presentes recebidos, a receber ou dados, interessante.
Que bom que existe um dia marcado no calendário para lembrar as pessoas que devem e podem presentear o namorado ou a namorada, formidável isto. Não obstante o sucesso dos presentes, ainda acredito que o melhor presente é a companhia, é o estar junto, é compartilhar as idéias neste dia e em outros, com o ente querido.
Pode não parecer, mas este texto é um presente do dia dos namorados... de mim, para você.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário