quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Fronteiras - Cavalo de Tróia


O tempo foi cro-no-me-tra-do, se tivesse ocorrido um segundo antes ou um segundo depois, não seria a mesma coisa: nem o cheiro da merda, nem a bunda na merda, nem a merda na mão!

Tenho certeza que fui escolhida como cavalo de tróia, não tem outra explicação para aquela pontualidade britânica no meio da mata andina e, logo na divisa! A única coisa que eu comi foi uma esfirra de carne, o derradeiro gasto em peso chileno no solo pátrio, logo adiante já era solo argentino, o trecho era mínimo para tamanha "desinbestação" intestinal!

Não sei como se deu o fato, apenas recordo que troquei a papelada toda... entreguei visto de saída de um quando era visto de entrada de outro, não prestei atenção à gozação do guarda, nada, só queria e precisava de um banheiro URGENTE. Até a fila era pontualmente seguida, será que não podia passar ninguém na minha frente enquanto eu descarregava o sanduíche chileno na latrina argentina do entreposto? Pior, não tinha papel higiênico!

Já tive muito piripiri esquisito, mais este foi internacional, alfandegário e muito, muito constrangedor. Tu já imaginou ficar com a bunda totalmente lambuzada de merda, sem papel higiênico ou qualquer coisa que o valha, num entreposto de alfândega? É literalmente um cocôde bosta, como diz a pequena Carol! Fazer o que? Como diz um grande amigo meu, Dr. Miguel, o que não tem remédio remediado está e, para reforçar, como diz um outro grande amigo meu, Prof. Júlio, a vida é um palco de grandes artistas... riso... e justo neste ato do meu espetáculo eu tive que meter a mão na merda... ainda bem que era a minha mesmo...

Bom, para tudo se da um jeito, nem lembro mais o que foi que eu fiz depois, só recordo do cheiro da bosta na mão... já se passaram muitos dias, vieram outras merdas mais
controladas e ta tudo bem, vamos em frente que atrás vem gente.

13/01/2008 – Entreposto Chile/Argentina
Retorno Cruze dos Lagos

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