segunda-feira, 31 de agosto de 2009

22/08/09 - O menino que ia para o céu



Estou sem tempo de elaborar melhor um desenho, rabisquei alguma coisa, já estou muito atrasada para postar isto.

O nome dele é Pedro fiquei sabendo, pela avó, após perguntar quem era responsável pela criança, eu estava apreensiva em sair e não avisar para ficarem de olho nele.

O ambiente esta agradável e a comida muito apreciável, mas meu pensamento estava mesmo era em meu Pedro que, junto com a irmã, estava preparando a festinha dele que aconteceria à noite. Coincidiram-se as datas porém tive que ir a festinha de Hélio cumprimentá-lo, embora ele soubesse que era uma passada rápida.

Quando me preparava para sair à fracesa desabou uma forte chuva que me impediu de deixar o lugar. Todos estavam distraídos com a chuva e com os drinques, me sentindo deslocada, resolvi espiar a paisagem, enquanto rodeava a cobertura. Próxima de fechar o perímetro local, deparei-me com a cena armada:

Colocou a cadeira de ferro na angulação perfeita da parede, subiu com um copo cheio de coca na mão, segurou o batente, colocou o joelho com muito esforço e estava a impulsionar o pequeno corpo para frente, para concluir a façanha, ficar de pé no parapeito e soltar o copo, olhando para baixo, para vê-lo cair...

O tempo foi o suficiente para segurar-lhe pela cintura, ainda relutou e esperneu, sem soltar o copo... ia pará o céu o pequeno Pedro, de ponta cabeça, num mergiulho fantastico pelos ares...

Gelei. Olhei em volta... todo mundo distraído com seus próprios copos, como ele...

Retirei a cadeira do local com ele no braço, soltei-o no chão, abaixei e disse a ele que não fizesse aquilo, o que não adiantou muito, quase me chutou a canela e correu para buscar a cadeira novamente.

Fique ali prostada vigiando o lugar até que ele se distraiu com alguma coisa e saiu.

Também eu precisava sair, cheguei próximo a dona da festa para me despedir e perguntar quem estava com o menino - 4 anos aproximadamente, alguem precisava "colar" nele, conteu-lhe a façanha e, para minha surpresa, era o neto dela. Ficou meio histérica e gritou com ele, que levantou os olhos e, creio, não entendeu bem os motivos dos gritos.

Sai, tinha um Pedro para "colar" também.

Ficou a imagem na mente, um prédio, um menino caindo de ponta cabeça, tudo como um desenho mal desenhado... 7 andares de vôo livre...

Isto foi sábado a tarde, dia 22 de agosto.

Devia ter escrito isto antes, na verdade, no mesmo dia, mas fui empurrando com a barriga.

Tem mais alguma coisa por trás disto, eu sei. Perdi o time de enxergar por desobediência pura, com já aconteceu várias vezes. Não percorri aquela cobertura enorme, rente a faixa do parapeito por nada, para observar apenas o horizonte, os mentores de Pedro me colocaram ali, ainda não era hora dele ir visitar pessoalmente os anjos, por agora ele só os visitará em sonhos.

Obrigada Deus, pela oportunidade de aprender com uma criança a ser adulta, ou quem sabe, a voltar a ser criança.

Isto não faz muito sentido pra mim, acredite. Sei apenas que preciso registrar, alguem precisa ler isto.

Obrigada.

(31/08, 13:35 h, escrevi e estou postando sem correções)

Lúcia Siqueira

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